quarta-feira, 3 de setembro de 2025 | Redação

Surto no semiárido do Piauí já matou 500 animais; relação com vacina está sob análise

Os primeiros resultados laboratoriais devem sair na próxima semana.

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  • Mais de 500 animais morreram em municípios do semiárido piauiense, incluindo ovelhas, bois, cabras e porcos.
  • As mortes podem estar relacionadas a lotes da vacina contra clostridiose.
  • Municípios afetados incluem Simões, Curral Novo do Piauí, e outros.
  • Adapi, Mapa e UFPI investigam a relação entre a vacina e as mortes.
  • Os sintomas aparecem entre 10 a 15 dias após a vacinação, com inchaço e rápida evolução para morte.
  • Produtores devem notificar a Adapi se perceberem sintomas.
  • A vacina contra clostridiose é considerada essencial e recomenda-se continuar a imunização.
  • Elias Jacinto, criador, teve prejuízo de R$ 12 mil.
  • O Ministério da Agricultura suspendeu o uso dos lotes suspeitos da vacina Excel L10.
  • A empresa Dechra Brasil colabora com a investigação.
  • A recomendação é notificar a Adapi e a suspensão dos lotes continua até esclarecimento da causa.
(Foto: TV Clube) Surto no semiárido do Piauí já matou 500 animais; relação com vacina está sob análise
Animais mortos após tomar vacina (Foto: TV Clube)

Mais de 500 animais já morreram desde julho em municípios do semiárido piauiense. A maioria dos casos envolve ovelhas, mas também há registros de bois, cabras e porcos. As mortes estão sendo investigadas e podem estar relacionadas à aplicação de lotes da vacina contra clostridiose.

Os municípios afetados foram Simões, Curral Novo do Piauí, Jatobá do Piauí, São Francisco de Assis do Piauí, Sigefredo Pacheco, Curimatã, Lagoa do Barro do Piauí, Eliseu Martins, Nazaré do Piauí, São Francisco do Piauí, Floriano, Hugo Napoleão, Sebastião Leal, Nossa Senhora de Nazaré e Pau D’Arco.

A Agência de Defesa Agropecuária do Piauí (Adapi), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e a Universidade Federal do Piauí (UFPI) investigam se a vacina está ligada às mortes. Os primeiros resultados laboratoriais devem sair na próxima semana.

De acordo com Simone Lima, fiscal da Adapi, os sintomas aparecem entre 10 e 15 dias após a vacinação. Os animais apresentam inchaço no local da aplicação, e o quadro evolui rapidamente até a morte.

“São análises demoradas, em torno de 15 dias a um mês para obtermos um resultado. Estamos em investigação. O criador, se perceber esses sinais clínicos que evoluem para óbito, deve notificar a Adapi mais próxima para que a equipe vá ao local e faça a análise, para saber se há relação com a vacina ou se é outra causa. Vamos dar o andamento correto ao produtor”, explicou.

Simone explicou que muitos criadores só souberam da situação após a divulgação na imprensa. Ela reforça que a vacina contra clostridiose é essencial e pede que os produtores não deixem de imunizar os animais.

 Animais mortos após tomar vacina (Foto: TV Clube)  

PREJUÍZOS

O criador Elias Jacinto relatou um prejuízo de aproximadamente R$ 12 mil após perder 33 ovelhas e um porco. Segundo ele, os sintomas começaram semanas após a vacinação. “Primeiro eles ficam com uma pata e o inchaço no peito, então sobe para o pescoço e quando chega lá é fatal.”

Também foram observados sintomas como febre passageira, apatia, perda de sensibilidade e falência de órgãos.

VENDA SUSPENSA

O Ministério da Agricultura suspendeu o uso dos lotes 016/2024 e 018/2024 da vacina Excel L10, da Dechra Brasil. Amostras dos animais e da vacina estão sendo analisadas em laboratórios federais.

A Dechra Brasil afirmou que já havia pedido a suspensão da venda dos lotes suspeitos. A empresa confirmou relatos de reações em cabras e ovelhas e acompanha as investigações com o Mapa.

O laudo final ainda não foi concluído. Enquanto isso, a recomendação é que produtores notifiquem a Adapi ao perceberem sintomas nos animais. A suspensão dos lotes suspeitos continua até que a causa das mortes seja esclarecida.

Fonte: TV Clube

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