terça-feira, 30 de setembro de 2025 | Redação

Piauí é o 6º estado com maior número de queimadas no Brasil, aponta relatório

O documento reforça que a prática de queimadas agrícolas segue sendo uma das principais causas dos incêndios.

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  • O Piauí registrou 122.290 focos de incêndios florestais entre 2013 e 2024.
  • Relatório da CNM aponta problemas causados por combinação de vegetação seca, uso do fogo na agricultura e estiagens prolongadas.
  • Queimadas afetam a saúde, com aumento de problemas respiratórios, especialmente em grupos vulneráveis.
  • Incêndios comprometem habitats, ameaçam espécies e contaminam recursos hídricos.
  • Mais de 24,7 milhões de pessoas foram afetadas no Brasil, com 11,9 mil desabrigados ou desalojados.
  • Prejuízos econômicos no Piauí foram de R$242 mil, impactando lavouras e produtores rurais.
  • Nordeste teve 560.298 focos de incêndio, com a Caatinga sendo um bioma especialmente vulnerável.
  • O ano de 2024 foi o mais devastador, com os efeitos do El Niño agravando a seca e elevando perdas para R$2,1 bilhões.
  • Execução de recursos federais para combate às queimadas foi deficitária, com apenas 67% do orçamento pago.
  • Queimadas agrícolas continuam como uma das principais causas dos incêndios no Piauí.
(Foto: Reprodução) Piauí é o 6º estado com maior número de queimadas no Brasil, aponta relatório
Incêndio em Pavussu atingiu aproximadamente 95 km²

O Piauí registrou 122.290 focos de incêndios florestais entre 2013 e 2024, de acordo com o relatório “Incêndios Florestais e seus Impactos nos Municípios Brasileiros”, elaborado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) com base em dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O documento aponta que a combinação de vegetação seca, uso do fogo na agricultura e estiagens prolongadas tem colocado em risco populações, ecossistemas e a economia do estado.

Segundo o estudo, a fumaça e as partículas liberadas pelas queimadas afetam a qualidade do ar e aumentam casos de problemas respiratórios, especialmente entre crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas. O relatório também destaca que os incêndios florestais comprometem habitats naturais, ameaçam espécies da fauna local e contaminam nascentes e rios com cinzas. No Brasil, mais de 24,7 milhões de pessoas foram afetadas no período analisado, com 11,9 mil desabrigados ou desalojados.

O documento registra ainda que o Piauí teve prejuízos econômicos estimados em R$242 mil ao longo de 12 anos. Embora o valor seja menor que o de estados como São Paulo e Mato Grosso do Sul, os danos locais se concentraram em lavouras, pastagens e estruturas rurais, afetando produtores de pequeno porte. No Nordeste, foram contabilizados 560.298 focos de incêndio, quase um quarto do total nacional, sendo a Caatinga um dos biomas mais vulneráveis ao fogo.

De acordo com a CNM, o ano de 2024 foi o mais devastador da série histórica. O país registrou 278.299 focos de incêndio, e a seca severa, agravada pelo fenômeno El Niño, elevou os prejuízos para R$2,1 bilhões apenas no ano passado — o que representa 65% de todas as perdas acumuladas desde 2013.

O relatório também chama atenção para a baixa execução de recursos federais destinados ao combate às queimadas. Entre 2013 e 2024, apenas 67% do orçamento autorizado foi efetivamente pago. Segundo a CNM, essa limitação compromete a capacidade de resposta dos municípios, que estão na linha de frente dos impactos.

No caso do Piauí, o documento reforça que a prática de queimadas agrícolas segue sendo uma das principais causas dos incêndios. Sem controle adequado, essas ações se transformam em focos de grandes proporções, atingindo comunidades e ampliando os riscos ambientais e sociais

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