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A Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) desarticulou, na manhã desta terça-feira (19), uma organização criminosa especializada em aplicar golpes virtuais se passando por familiares das vítimas. A ação, realizada em conjunto com a Polícia Civil de São Paulo, resultou no cumprimento de 20 mandados judiciais, sendo 11 de prisão temporária. Até o momento, seis pessoas foram presas.
O delegado Humberto Mácola, da DRCI, informou que as investigações apontaram que os suspeitos faziam parte de uma estrutura criminosa organizada. Alguns integrantes atuavam como "laranjas", recebendo o dinheiro das vítimas, enquanto outros eram responsáveis por entrar em contato com elas e obter seus dados pessoais.
“O criminoso utilizava uma linha telefônica aleatória, vinculava uma foto de um familiar e simulava uma situação de emergência, como acidente ou problema de saúde. Depois, indicava a conta de terceiros para que a vítima realizasse a transferência”, explicou.
Até o momento, pelo menos cinco vítimas já foram identificadas no Piauí, com prejuízos que podem chegar a R$ 300 mil. Em apenas um dos casos, uma única vítima perdeu R$ 50 mil. Ao todo, 20 contas bancárias ligadas ao grupo foram bloqueadas.
Dados vazados alimentam o esquema
Segundo o delegado, a facilidade de acesso a informações pessoais na internet favorece esse tipo de crime.
“O Brasil, hoje, é um dos países com mais dados vazados no mundo. Esses dados são facilmente comercializados na deep web e, a partir disso, os criminosos estudam as vítimas, descobrem quem são seus familiares e utilizam fotos disponíveis nas redes sociais”, afirmou.
Outro fator que contribui, segundo ele, é a concentração de criminosos em grandes centros urbanos.
“São Paulo é a cidade mais populosa do Brasil. Em meio à quantidade de pessoas, eles conseguem cooptar laranjas com facilidade e acreditam que as polícias civis de outros estados não vão atuar por lá”, acrescentou.
Orientações para evitar golpes
O delegado alertou ainda que a população pode se prevenir contra esse tipo de golpe.
“Se alguém solicitar transferência de valores, exija que seja para a conta pessoal do parente, nunca para uma conta de terceiros. Essa simples atitude pode evitar prejuízos”, recomendou Humberto Mácola.
Os dispositivos eletrônicos apreendidos serão periciados, e a expectativa é de que outras vítimas, inclusive de outros estados, sejam identificadas nos próximos dias.
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