Uma paciente da Maternidade Wall Ferraz está a dias no aguardo de recursos para conseguir realizar o procedimento de curetagem, que consiste na retirada de células mortas do útero, por meio de raspagem, quando a gravidez não se desenvolve.
O esposo dela, Ramiro Sousa, explica que estão há três dias na maternidade, com a mulher em jejum, e desde que chegaram não havia equipamentos adequados para realizar o procedimento médico.
“Estamos com três dias aqui e não foi solucionado nosso problema. Quando chegamos não tinha material, tive que entrar em contato com minha cidade. Lá, prontificaram e mandaram para cá (o material necessário). Agora fecharam o centro cirúrgico e a gente nem sabe o que fazer”, conta Ramiro Sousa.
Devido às denúncias na maternidade, o Conselho Regional de Enfermagem do Piauí (Coren-PI) fiscalizou e interditou o local na manhã desta segunda-feira (12) por falta de equipe de enfermeiros.
Os profissionais estão impedidos de trabalhar por tempo indeterminado no centro cirúrgico e na sala de esterilização da Maternidade Wall Ferraz. De acordo com o Conselho, os dois setores se encontram sem supervisão, o que fere a lei geral da enfermagem.
O presidente do Coren-PI, Antônio Neto, afirma que a Maternidade descumpre a lei desde 2020. Além da falta de profissionais, a unidade também está com estoque baixo de soro fisiológico. O soro que se encontra no local é vindo de outras unidades de saúde, além disso, faltam ainda anestesistas na maternidade.
Marília da Silva, uma paciente que esteve em trabalho de parto recentemente, conta que foi necessário chamar um anestesista de urgência e “apareceu, graças a Deus“. Agora, durante a interdição, os enfermeiros ficam impedidos de entrar no centro cirúrgico e apenas os médicos podem acessar o setor. Com isso, as gestantes na unidade se preocupam com a chegada do parto.
Fonte: Clube News
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