sexta-feira, 22 de agosto de 2025 | Admin

‘Só tem água com barro’: seca severa faz rio desaparecer no Sul do Piauí

Com a seca extrema, agricultores perdem plantações, apicultores enfrentam queda na produção de mel e famílias recorrem a água barrenta para sobreviver.

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  • O Rio Pilões em Paulistana desapareceu devido à seca extrema.
  • A água restante nos reservatórios está tomada pelo barro, usada apenas para animais e serviços domésticos.
  • Moradores dependem de caminhões-pipa para obter água potável.
  • Reservatórios do município estão com menos de 20% da capacidade.
  • 25 caminhões-pipa estão em operação para atender à população.
  • Agricultores, como Evaldo e Nomeriano Rodrigues, enfrentam dificuldades diárias para obter água.
  • A seca devastou plantações e afeta a produção de mel na região.
  • O secretário de Agricultura do município, Lucas Brito, pede apoio do governo estadual para construir novas barragens.
  • A situação em Paulistana é crítica e as medidas atuais não são suficientes para resolver o problema a longo prazo.
(Fotos:TV Cube) ‘Só tem água com barro’: seca severa faz rio desaparecer no Sul do Piauí
Barragem de Paulistana (Fotos:TV Cube)

Em Paulistana, o Rio Pilões desapareceu devido à seca extrema e a pouca água que resta em um reservatório está tomada pelo barro. Sem alternativas, moradores utilizam a água barrenta para os animais e serviços domésticos, mas dependem de caminhões-pipa para consumo humano.

De acordo com a Prefeitura, outros reservatórios do município estão com menos de 20% da capacidade após a falta de chuvas desde janeiro. Para atender a população, 25 caminhões-pipa fazem a distribuição: 18 do Exército, seis da Defesa Civil Estadual e um da própria gestão municipal.

A rotina de muitos moradores é marcada pela busca incessante por água. O agricultor Evaldo Rodrigues percorre quase 2 km, três vezes ao dia, para garantir o mínimo necessário.
“É para o banho, lavar roupa, fazer comida e para os bichos. É a única que temos. Quando seca aqui, precisamos procurar bem mais longe”, relatou.

Outro agricultor, Nomeriano Rodrigues, destaca que a situação é inédita em duas décadas.
“Essa barragem está secando agora, depois de 20 anos. Quando acabar, não tem para onde correr. A água é grossa, barrenta, não serve para beber, mas é o que resta para as outras necessidades”, lamentou.

Perdas no campo e apelo por ajuda

Segundo o secretário municipal de Agricultura, Lucas Brito, a seca dizimou todas as plantações do município e o abastecimento por carros-pipa não supre a demanda.
“Estamos trabalhando em caráter emergencial, mas é insuficiente. Essa é a primeira vez que Paulistana enfrenta uma crise desse nível. Precisamos do apoio do Governo do Estado para construir novas barragens, aproveitando rios e riachos da região. Carro-pipa é medida emergencial, não resolve o problema”, declarou.

A crise também atinge a produção de mel, uma das atividades mais importantes da região. A falta de floração compromete a alimentação natural das abelhas, obrigando apicultores a recorrer à alimentação artificial para evitar perdas.
“No ano passado, produzimos 20 toneladas de mel orgânico. Neste ano, choveu apenas em janeiro e não houve florada suficiente. Os apicultores estão tentando sustentar as colmeias como podem”, explicou Lucas.

Situação crítica

O cenário em Paulistana reflete a vulnerabilidade das comunidades rurais do semiárido diante da irregularidade das chuvas. Entre água barrenta, lavouras perdidas e abelhas alimentadas artificialmente, a população segue resistindo em meio à pior seca já registrada no município.

 Barragem de Paulistana (Fotos:TV Cube)  

Fonte: TV Clube/Clube News

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