terça-feira, 23 de setembro de 2025 | Redação

No Piauí 80% da caatinga é preservada, mas Mapbiomas alerta para usinas fotovoltaicas

O MapBiomas monitora a vegetação nativa através de dados de satélite, fornecendo mapas e alerta sobre desmatamento e mudanças no uso da terra.

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  • A Caatinga é um bioma exclusivo do Brasil e tem enfrentado desmatamento nos últimos 40 anos, especialmente no Piauí.
  • 80% das áreas naturais da Caatinga permanecem preservadas, com o Piauí mantendo 82% de áreas naturais.
  • A expansão de usinas solares ameaça a vegetação nativa, com São Gonçalo de Gurgueia perdendo 1.717 hectares para usinas entre 2016 e 2024.
  • No Brasil, o Piauí é o terceiro estado que mais perdeu Caatinga para usinas solares, atrás de Minas Gerais e Bahia.
  • Juazeiro, na Bahia, foi um dos municípios com maior remoção de Caatinga para energia solar.
  • A Caatinga também enfrenta devastações por agropecuária, mineração e produção de lenha.
  • Somente 10% do território da Caatinga é protegido por Unidades de Conservação.
  • MapBiomas monitora essas mudanças usando dados de satélite.
Fotos divulgação Mapbiomas No Piauí 80% da caatinga é preservada, mas Mapbiomas alerta para usinas fotovoltaicas
Fotos divulgação Mapbiomas

A caatinga, bioma que só existe no Brasil, registrou perda da vegetação nativa nos últimos 40 anos no Piauí, no entanto, 80% das áreas naturais se mantêm preservadas. O levantamento é do Mapbiomas, que alertou para a expansão das usinas de fotovoltaicas no Brasil. 

De acordo com a pesquisa, São Gonçalo de Gurgueia, a 776 km de Teresina, está entre os dez municípios do Brasil que mais perderam caatinga para usinas solares, com 1.717 hectares suprimidos entre 2016 e 2024.

Redução da caatinga

Segundo o Mapbiomas, todos os estados do bioma registraram redução de áreas naturais nesse período, com 86% (1042) dos municípios da Caatinga apresentando perda de vegetação nativa. Apesar disso, 55% (670) dos municípios da Caatinga possuem mais de 50% de vegetação nativa.

Os estados com maior proporção de áreas naturais em 2024 são:

  1. Piauí (82%)
  2. Ceará (68%)
  3. Pernambuco (60%)
  4. Bahia (58%)
  5. Paraíba (56%).

Os estados com menor proporção de áreas naturais no ano passado foram:

  1. Minas Gerais (50%)
  2. Rio Grande do Norte (50%)
  3. Alagoas (27%)
  4. Sergipe (24%).  

Um décimo (10%) do território da caatinga está protegido por Unidades de Conservação (8,2 milhões de hectares), que abrigam 13% da vegetação nativa do bioma (6,8 milhões de hectares) em 2024. 

O MapBiomas monitora a vegetação nativa através de dados de satélite, fornecendo mapas e alerta sobre desmatamento e mudanças no uso da terra. 

Na caatinga, a maior expansão de pastagem foi na década de 1985 a 1994 (9,4 Mha), já na última década a perda de áreas de pastagem supera as áreas de ganho. 

 Fotos divulgação Mapbiomas  

No Piauí, 68% do crescimento urbano, somando 40 mil hectares, foi sobre áreas que eram naturais em 1985. Em sete estados brasileiros (Piauí, Maranhão, Distrito Federal, Ceará, Amapá, Tocantins e Roraima), o crescimento urbano até 2024 sobre áreas que eram naturais em 1985 superou os 50%, resultando em uma perda total de mais de 230 mil hectares. 

Usinas solares 

A caatinga no Piauí já deu lugar à agropecuária, à mineração, à produção de lenha e carvão, entre outras causas de devastação. Agora, uma nova ameaça são as usinas solares.

De acordo com levantamento concluído esta semana pela iniciativa MapBiomas, em 2016 os painéis fotovoltaicos ocupavam 264,11 hectares do semiárido piauiense. Em 2024, essa área passou para 3.788,54 hectares. Um aumento de 17,35%, fazendo com que o estado ocupe o segundo lugar, no Nordeste, entre os que mais perderam caatinga para usinas solares, em nove anos.

No Brasil, o Piauí está em terceiro lugar entre os Estados que mais perderam caatinga para usinas solares entre 2016 e 2024. O primeiro é Minas Gerais (59,84% de aumento); o segundo, Bahia (25,48%); o quarto, Rio Grande Norte terceiro (16,27%); o quinto, Ceará (14,77%); e o sexto, Pernambuco (12,22%).

No Nordeste, Juazeiro (BA) é o município com maior registro de remoção da Caatinga para dar lugar a empreendimentos solares. De 2016 a 2024, o município baiano perdeu 2.303 hectares para os painéis fotovoltaicos. No país, fica atrás apenas de Jaíba (MG), com 2.840 hectares de Caatinga desmatados, e Janaúba (MG), com 2.409 hectares.

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