Mais de 100 animais morreram no município de Simões, no interior do Piauí, após a aplicação de vacinas contra clostridioses. Os casos também foram registrados em outras cidades piauienses, como Curral Novo, Jatobá do Piauí e São Francisco de Assis, e em estados vizinhos, como Sergipe, Rio Grande do Norte e Maranhão.
A suspeita principal é de que a vacina esteja ligada às mortes, mas ainda não há confirmação oficial. Três lotes do produto já foram identificados e, segundo a Secretaria Municipal de Agricultura de Simões, a Agência de Defesa Agropecuária (Adapi) bloqueou a comercialização desses itens enquanto as investigações continuam.
Segundo o secretário de Agricultura de Simões, Rosenalvo Coelho, os primeiros óbitos começaram a ser notados cerca de dez dias após a vacinação. Alguns dos sintomas observados foram inchaço no local da aplicação da dose, perda de sensibilidade e falência de órgãos.
“Vários produtores que vacinaram seus rebanhos relataram mortes de animais com infarto, restrições nos rins e outros problemas. Já realizamos necropsias e exames em parceria com a Universidade Federal e encaminhamos amostras para o Ministério da Agricultura, que deve apresentar um laudo definitivo em até 30 dias”, explicou.
A orientação, por enquanto, é que os produtores interrompam o uso da vacina até que o diagnóstico seja concluído. Em Simões, 11 produtores já foram diretamente afetados, mas o número pode aumentar com a chegada de novas notificações. Além de caprinos e ovinos, também foram registrados óbitos em suínos e bovinos.
“O primeiro passo foi buscar as farmácias veterinárias que vendiam os produtos para suspender as vendas. Estamos aguardando o resultado dos exames, com apoio de veterinários, universidades e instituições dos quatro estados afetados”, completou o secretário.
O Ministério da Agricultura acompanha os casos e deve definir as próximas medidas após a conclusão dos laudos laboratoriais.
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