segunda-feira, 3 de novembro de 2025 | Redação

77% dos municípios do Piauí não têm órgãos de igualdade racial, revela IBGE

Entre os 51 municípios (22,77%) que possuíam algum setor voltado à igualdade racial, apenas um contava com uma secretaria exclusiva para o tema.

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  • 173 municípios do Piauí, 77,23% do total, não têm órgãos para igualdade racial em 2024.
  • Piauí lidera na ausência de tais órgãos no Nordeste e é o 9º no Brasil.
  • Dos 51 municípios com setores para igualdade racial, apenas um tem secretaria exclusiva.
  • Maioria dos setores está sob a Secretaria de Assistência Social (46 municípios).
  • Outros setores estão subordinados a Educação, Cultura, Saúde, Direitos Humanos, Justiça e Turismo.
  • Programas focam principalmente na população negra (37 municípios) e quilombola (22 municípios).
  • 76% dos municípios brasileiros não têm órgãos de igualdade racial.
  • Santa Catarina, Tocantins e Mato Grosso têm os maiores índices de ausência de órgãos.
  • Todos os estados têm algum órgão para igualdade racial; somente 3 têm secretaria exclusiva.
  • No Piauí, a igualdade racial é tratada na Secretaria de Assistência Social.
77% dos municípios do Piauí não têm órgãos de igualdade racial, revela IBGE
Foto: IBGE

173 municípios piauienses, o equivalente a 77,23%, não possuíam um órgão ou setor em sua estrutura administrativa dedicado a questões relacionadas à promoção da igualdade racial em 2024. O dado é da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (MUNIC), do IBGE, que aponta que o Piauí tem a maior proporção de municípios sem órgãos de igualdade racial no Nordeste e a nona maior do país.

Entre os 51 municípios (22,77%) que possuíam algum setor voltado à igualdade racial, apenas um contava com uma secretaria exclusiva para o tema. Nos demais, o tema era tratado por setores subordinados a outras secretarias, sendo a maioria vinculada à Secretaria de Assistência Social (46 municípios). Outros órgãos estavam subordinados a: Secretaria de Educação (8 municípios), Cultura (6), Saúde (4), Direitos Humanos (3), Justiça (1) e Turismo (1).

O levantamento também identificou os principais programas e ações voltados à promoção da igualdade racial nos municípios. O foco maior é a população negra, atendida em 37 municípios, seguido de programas específicos para população quilombola (22 municípios). Outros grupos atendidos incluem: demais povos e comunidades tradicionais (12 municípios), povos de matriz africana ou terreiros (9), povos ciganos (7) e povos indígenas (5). Em 7 municípios que possuíam órgão ou setor, não houve registro de implementação de nenhum programa ou ação.

No panorama nacional, 76% dos municípios do Brasil não tinham órgão ou setor voltado à promoção da igualdade racial. Os estados com os maiores índices de ausência de órgãos foram: Santa Catarina (91,53%), Tocantins (90,65%) e Mato Grosso (85,11%). Por outro lado, os menores índices foram registrados no Distrito Federal (0%), Acre (13,64%) e Amapá (25%).

Gestão estadual 

A pesquisa apontou que os Governos de todos os 27 estados brasileiros apresentavam em 2024 algum órgão ou setor em sua estrutura administrativa que tratasse de questões ligadas à promoção da igualdade racial. Em apenas 3 estados (11,1%), a Bahia, o Ceará e o Maranhão, havia uma Secretaria Estadual exclusiva para cuidar daquele tema; em 21 estados (77,7%), o tema estava vinculado administrativamente a um setor subordinado a outra Secretaria; e em outros 3 estados (11,1%) havia uma Secretaria estadual em conjunto com outras políticas setoriais. 

No Piauí, especificamente, a questão da igualdade racial estava a cargo de um setor subordinado à Secretaria de Assistência Social. 

Nos Governos estaduais a promoção da igualdade racial estava ligada a uma ou mais Secretarias estaduais, onde a principal era a de Direitos Humanos, em 15 estados. As demais  Secretarias que cuidavam do tema eram: Assistência Social (11 estados), Justiça (6 estados),  Saúde (1 estado), Educação (1 estado), Segurança Pública (1 estado), Cultura (1 estado),  outras Secretarias ou setores (6 estados).

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