A Rede Clube obteve imagens exclusivas das investigações da Polícia Federal (PF) contra o promotor de justiça e ex-assessor técnico do Ministério Público do Piauí (MP/PI) suspeitos de exigirem R$ 2 milhões para arquivamentos de processo. As imagens de uma câmera escondida revelam o suposto pagamento de parte da propina durante um encontro realizado no início do mês de agosto deste ano.
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No vídeo, o promotor Maurício Verdejo Gonçalves Junior, e seu assessor, André Ricardo Bispo Lima, explicam para o empresário, Junno Pinheiro Campos de Sousa como realizarão o processo de arquivamento. Além disso, é possível ver e ouvir o promotor convidando o empresário para comemorar o final do processo.
“Vou pegar tudo e vou fazer a análise, falo que não tem nada e pronto. Quando passar dessa fase vamos tomar uma para comemorar”, diz o promotor.
O empresário Junno Pinheiro foi responsável pela captação das imagens dentro da residência do promotor. Ele utilizava o equipamento de gravação colocado pela PF, com autorização da Justiça, com o objetivo de flagrar o pagamento da parte da propina, avaliada em cerca de R$ 500 mil.
As provas adquiridas foram anexadas ao inquérito policial, documento que deixou de ser segredo de justiça, no dia 20 de agosto. De acordo com a PF, estas e outras gravações são provas suficientes para confirmar a conduta ilegal dos dois agentes públicos.
“As duas entregas foram documentadas. A vítima gravou com autorização, nós utilizamos técnicas especiais como captação de ambiente e ação controlada da entrega, tanto na quantia de 500 mil, no primeiro dia, quanto no segundo dia. Após a segunda entrega, a PF, já em posse da autorização oficial para a busca, ingressa no domicílio e localiza a quantia. Chamou atenção que o assessor também estava na residência, nos conseguimos registros do condomínio, que mostram que ele também estava na primeira entrega“, diz Ezequias Martins, Delegado Regional Executivo da PF/PI.
O promotor foi afastado por 90 dias das atividades no MPPI e se mantém desde 9 de agosto. Já o assessor, foi exonerado. Os dois guardam a finalização do processo, ambos em estão proibidos de comunicarem e também não podem acessar e frequentar as instalações do Ministério Público.
Defesa dos investigados
A Rede Clube procurou a defesa do promotor Maurício Verdejo, que informou que só vai se pronunciar nos autos do processo. Já a defesa do ex-assessor André Bispo, disse que prefere se manifestar após ter conhecimento do teor da denúncia proposta pelo subprocurador do Ministério Público, “oportunidade em que, demonstrará, perante a sociedade e o poder judiciário, que não teve qualquer participação nos eventos apurados e amplamente divulgados na mídia”.
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