O homem preso na Operação Carcará 16, realizada pela Polícia Federal, obrigava a vítima, uma criança de 12 anos, a ingerir detergente e se mutilar em sessões de abuso sexual e tortura que aconteciam em uma sala de bate-papo pela internet, segundo a investigação da Polícia Federal.
Preso na manhã desta terça-feira (25), em Uberlândia (MG), o homem, de 42 anos, é suspeito de usar um perfil falso de adolescente nas redes sociais para coagir uma criança do Piauí a enviar fotos e vídeos de natureza sexual.
Conforme a delegada Milena Caland, que investiga o caso, o contato da vítima com o homem iniciou em 2023, quando ela tinha apenas 10 anos.
“Ele tinha um domínio muito forte sobre a vítima e, além da questão do domínio, ele fazia ameaças de vazar os vídeos e as imagens que possuía dela. Ele pedia para ela tomar detergente, comer sabão, se mutilar, anotasse nomes diversos em todas as partes do corpo”, contou.
A delegada explicou que a investigação trouxe à tona fatos que não são comuns em casos envolvendo abuso de menores.
“Essa investigação tem um viés particular. Diferentemente do que acontece em casos envolvendo menores, identificamos que a produção do material era feita em salas online onde havia mais de uma pessoa, era um grupo participando, além das exigências de comportamentos que ele fazia para a vítima, coisas que não vimos em outras investigações”, completou.
Milena Caland fez um alerta aos pais e responsáveis, para que se atentem ao conteúdo que os filhos acessam na internet e que estejam vigilantes para conversas em aplicativos de bate-papo online.
Ameaças contra criança e a família
Segundo a PF, o suspeito conquistou a confiança da criança, por meio do perfil falso, com quem mantinha um relacionamento de “afeto e amizade”. Depois, passou a obrigá-la a produzir e enviar material de natureza sexual e com violência física, sob pena de expor a vítima nas redes sociais.
📲Confira as últimas notícias do Portal Ponto X
📲Acompanhe o Ponto X no Facebook e no Instagram
“Na tentativa de obter cada vez mais imagens da vítima, o investigado ameaçava a família da criança de ‘vazar’ o conteúdo, utilizando-se de diversos números de telefone, inclusive internacionais, para amedrontá-los”, informou a polícia.
Além disso, de acordo com a Polícia Federal, o investigado também comandava um grupo de venda de acessos à base de dados do governo e policiais.
Ele foi levado ao Presídio Professor Jacy de Assis, em Uberlândia. As investigações prosseguem e o homem poderá responder pelos crimes de produção, posse e compartilhamento de material de violência sexual vitimando crianças ou adolescentes, bem como estupro de vulnerável.
Como denunciar casos de abuso sexual infantojuvenil?
- Disque Direitos Humanos: telefone 100;
- Polícia Militar: telefone 190;
- Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA);
- Qualquer delegacia de Polícia Civil;
- Conselho Tutelar;
- Central Nacional de Denúncias da Safernet Brasil.
