Os terceirizados que trabalham nos serviços de limpeza e como maqueiros no Hospital Getúlio Vargas, o maior do estado, informaram nesta quinta-feira (25) que estão sem trabalhar há 24 horas porque os tickets alimentação e salários estão atrasados há quatro meses.
“Não é aumento que queremos, pedimos que botem nosso salário em dia, pelo menos dois meses, pra gente conseguir respirar das dívidas, ficamos pedindo dinheiro emprestado pra um e outro, os filhos pedem o que comer e não temos o que dar. Somos seres humanos, o salário de todos está em dia, só não dos terceirizados, somos iguais a todos”, afirmou um dos trabalhadores, que não quis se identificar, por medo de represálias.
“A empresa diz que não paga salário, férias, 13º salário e ticket alimentação há quatro meses, porque o estado não repassa. E todos os setores estão parados na área de limpeza, além dos maqueiros. Eles dizem que está tudo funcionando, mas como está, se estamos parados?”, questiona outro servidor.
A categoria afirma que os trabalhadores com salários atrasados são aqueles das empresas Limpel e Mutuaal. Os trabalhadores disseram ter sido informados de que as empresas não estão pagando os salários porque o governo do estado não fez o repasse. O HGV informou apenas que o serviço não está deixando de ser realizado e a Sefaz informou que já quitou os débitos com as empresas.
Ameaça de demissão
Além da situação, os servidores que decidiram parar os serviços afirmaram sofrer pressão psicológica e assédio moral, com ameaça de demissão, caso não voltem ao trabalho.
“A coordenação coloca o nome da gente em uma lista e manda pra empresa. Não se faz isso, estamos aqui com seriedade, não estamos brincando, mas pedindo que respeitem nossos direitos. Trabalhamos e queremos receber, somos perseguidos e ameaçados de demissão”, afirmou.
Outro local com servidores sem receber é o Departamento de Trânsito (Detran), mas os trabalhadores informaram ao G1 que continuam indo trabalhar por medo de demissão.
A categoria diz de que uma parte dos trabalhadores foi demitida no fim de 2018 e que hoje há apenas 30 terceirizados no local. O salário, no órgão, está atrasado desde fevereiro, mas os serviços estão mantidos.
O representante do Sindicato Limpeza e Conservação, Thiago Reis, informou ao G1 que são mais de 1.600 funcionários afetados com o atraso de salário no Piauí. Ele disse ainda que houve uma negociação entre governo e empresa, mas que não foi repassado aos trabalhadores.
Outro lado
O HGV informou que, mesmo com a paralisação, os serviços estão sendo realizados, com prioridade para os locais com pacientes graves. Leia a íntegra da nota:
A direção do Hospital Getúlio Vargas (HGV) informa que com a paralisação dos terceirizados, os serviços essenciais têm sido mantidos, com 30% do pessoal trabalhando, dando prioridade às Clínicas com pacientes graves, UTI, Hemodinâmica, Hemodiálise e Centro Cirúrgico. O HGV é o maior hospital público do Estado e não pode paralisar suas atividades. Diariamente realiza cerca de 40 cirurgias e 800 atendimentos ambulatoriais.
A Secretaria de Fazenda afirmou, em nota, já ter regularizado os pagamentos.
A Secretaria de Fazenda informa que negociou os débitos com todas as empresas de terceirizados e está cumprindo com o que foi acordado.
A empresa Mutuaal informou ao G1 que os salários estão de fato atrasados por falta de repasses do governo, que já negociou com a Sefaz, mas os pagamentos não foram feitos ainda. A empresa Limpel ainda não se pronunciou sobre o problema.
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