O laudo da Polícia Científica do Piauí encontrou terbufós, uma substância altamente tóxica, usada em pesticidas e agrotóxicos, no arroz consumido pela família de Francisca Maria, mãe dos meninos envenenados com cajus em 2024, no primeiro almoço do ano, em Parnaíba.
Nove pessoas passaram mal e foram internadas após a refeição, na quarta-feira (1). Duas pessoas morreram, Manoel Leandro Silva, de 18 anos e Igno Davi da Silva, de apenas 1 ano e 8 meses e três pessoas continuam internadas em estado grave; Francisca Maria e de suas filhas Maria Lauane da Silva, de 4 anos, e Maria Gabriela Fontenele, 3 anos.
A avó das meninas, Maria dos Aflitos da Silva, que decidiu por não almoçar, testemunhou cenas desesperadoras em volta da mesa.
“Terminaram de comer e meu menino já começou a passar mal, e aí foi um atrás do outro, não sabia o que fazia. Se acudia um ou se acudia o outro”, relata.
A Polícia Civil investiga quem colocou o chumbinho no arroz e a princípio, a polícia não acredita que haja conexão com o caso do caju. E agora tenta desvendar o mistério sobre a contaminação com o veneno.
“Qualquer quantidade já faz mal, qualquer uma. Ela afeta a transmissão dos estímulos nervosos em todo o corpo. Dando crise convulsiva, falta de ar, dores, cólicas abdominais – inclusive afeta o coração também”, destaca o perito-geral do departamento de polícia científica-PI, Antônio Nunes Pereira.
Esse produto químico aparece na composição do chumbinho, usado normalmente contra ratos, e proibido no Brasil.
“Alguém colocou a substância no arroz no dia primeiro. A gente entende que houve uma intenção de colocar essa substância na comida deles e a gente vai partir pra uma investigação de homicídio, descartando morte natural ou acidental”, afirma o delegado Abimael Silva.O delegado diz que com o resultado do laudo, a investigação é de homicídios. E que alguém colocou a substância na comida, antes de ser servida, com a intenção de matar a família.
A polícia não descarta a possibilidade de que um membro da própria família seja o autor do crime. Mas dona Maria não acredita nessa possibilidade. Para ela, o criminoso foi alguém que invadiu a casa durante a madrugada do Réveillon.
“Essa porta aqui não tem segurança, a porta da frente muito pior, o portão é só empurrar e entrar que ninguém escuta nada. E todo mundo dormindo. Tem capacidade de alguém ter entrado aqui e ter botado o veneno na comida”, afirma.
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