O Ministério Público Estadual de Curimatá iniciou um procedimento nesta segunda-feira (2) para investigar denúncias de que a fumaça de pó de calcário proveniente de uma usina localizada na localidade Canto, a 2 km da cidade, estaria causando problemas de saúde e poluindo a barragem Vereda da Cruz, que abastece os moradores da região. Moradores próximos à fábrica têm enfrentado constantes incômodos devido à poeira que invade suas residências e a rodovia PI-256.
Vídeos feitos por moradores mostram a intensa fumaça branca de pó de calcário que tem afetado a qualidade do ar na região. Um residente gravou a fumaça durante a noite, destacando a preocupação com os impactos na saúde da população local: “Como não ficar doente com uma situação dessas?”, questionou.
Muitos moradores de Curimatá têm relatado problemas de saúde como alergias e dificuldades respiratórias, que podem ser agravados pela inalação das partículas de calcário. O mineral é composto principalmente por carbonato de cálcio (calcita) ou dolomita, sendo conhecido por causar doenças como fibrose pulmonar e doenças respiratórias crônicas.
Além dos problemas de saúde, a Secretaria Municipal de Saúde realizou análises na água da barragem Vereda da Cruz e encontrou uma concentração de ferro de 0,78 mg/L, acima do valor recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para águas potáveis, que é de 0,3 mg/L. Embora o ferro em si não seja considerado tóxico, concentrações elevadas podem causar problemas estéticos e um sabor metálico na água, afetando sua qualidade e segurança para consumo humano.
A situação tem gerado preocupação entre os moradores e levou o Ministério Público a iniciar investigações para avaliar os impactos ambientais e de saúde pública decorrentes das atividades da usina de calcário na região de Curimatá.
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