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Mãe é condenada a 19 anos por matar Izadora Mourão e irmão é inocentado

A aposentada Maria Nerci dos Santos Mourão foi condenada a 19 anos e seis meses de prisão por matar a própria filha, a advogada Izadora Santos Mourão. O irmão da vítima, jornalista João Paulo Santos Mourão, foi inocentado no caso por 4 votos a 3. O julgamento encerrou por volta das 23h10 desta quarta-feira (16/03).

Izadora foi assassinada com golpes de faca no dia 13 de fevereiro de 2021. O crime repercutiu em todo o Piauí. O julgamento ocorreu no município de Pedro II, no Norte do Piauí, e foi transmitido ao vivo por meio do YouTube da Vara Criminal da cidade.

Versões

Durante o julgamento, Maria Nerci sustentou a versão de que matou a filha por desavenças envolvendo as finanças da família. Ela informou que a advogada teria ameaçado cancelar sua aposentadoria no dia do crime. Mesmo após terem discutido, Izadora entrou na casa da mãe e foi dormir no quarto do irmão João Paulo. A mulher esperou a filha cair no sono e a esfaqueou, de acordo com sua própria versão.

“Ela chegou na nossa casa, pois morava em outra, chegou 7h. Pediu café, disse que estava com dor de cabeça e ia se deitar. Também pediu e eu perguntei para quê? Ela disse que era para pagar umas prestações do guarda roupa ou de um sofá. Eu disse: não tenho dinheiro, tu sabe quanto eu ganho. Aí ela disse: você é uma velha, ela não me chamava de mãe, uma velha miserável, cardíaca, tá bom de viajar. Eu vou dormir um sono. E ela disse que dia 15 ia começar a tomar as providências dela, pegar a carteira da OAB e ir lá no Bradesco cancelar a minha aposentadoria. Aí eu disse: não faz isso não, como é que eu vou viver. Ela disse: não sei. Ela não me chamava de mãe de jeito nenhum”, disse. Maria Nerci.

“Aí eu fui e me lembrei, como ela disse que vai me matar e vai judiar com todo mundo aqui. Eu vou lá ver se ela tá se mexendo ou tá dormindo. Sono pesado mesmo. Eu tinha levado a faca, porque eu disse é hoje ou nunca, ou ela me mata primeiro. Aí eu dei o primeiro golpe, foi muito forte, parece que eu acertei na veia que mata mesmo. Aí ela me pegou assim no meu braço esquerdo e se virou. Ela queria se levantar para tomar a faca, pegou no meu braço e sustentou e não teve mais coragem de sustentar, eu dei o primeiro golpe muito forte, saiu bastante sangue, eu fiquei golpeando pensando que ela ia me tomar a faca e matar todo mundo, aí ela ficou lá emborcada”, relatou.

“Confesso, sei que é errado, sei que é muito errado, mas dizem que quem mata em sua livre defesa não é pecado, mas eu sabendo que era pecado e tava fazendo uma coisa horrível, coisa que eu nunca tinha feito na vida, nem matar uma galinha, mas ela tava muito má comigo, demais. Não quero que nenhuma mãe no mundo passe o que eu passei na minha vida, tem muita gente me julgando muito mal, mas eu não sou ruim não”, expôs.

Já João Paulo conta que não viu a discussão da mãe com a irmã, pois estava dormindo e foi acordado por Maria Nerci. Ela teria dito que alguém havia entrado na residência e teria matado Izadora.

As duas versões contrastam com o resultado da investigação realizada e apresentada pela equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) ao Ministério Público. De acordo com os agentes, João Paulo teria efetuado os golpes de faca, e não Maria Nerci, uma vez que ela não apresentava condições físicas para lutar com a filha devido à idade avançada e frágil mobilidade do corpo.

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