Entenda como os investimentos de ‘Gigante Agro’ vão trazer benefícios ao Piauí

O empresário catarinense e criador companhia de grãos Terrus, Ricardo Faria, que se tornou um símbolo da renovação que está ocorrendo no setor de agronegócios, assinou a compra da Insolo por R$ 1,8 bilhão. A Insolo é proprietária da Fazenda Ipê em Baixa Grande do Ribeiro, no sul do Piauí, com 35 mil hectares, uma das mais avançadas em tecnologias de cultivo do país.

Menos agressão ao meio ambiente
Junto com a empresa vem toda inteligência cujos recursos são do endowment da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. A tecnologia é desenvolvida em biodefensivos naturais (fungos e bactérias), que são usados no lugar de defensivos agrícolas tradicionais para proteger o plantio, menos agressiva ao meio ambiente, menos agressiva ao cultivo

Excelentes resultados
A Insolo tem uma das maiores áreas do Brasil cultivadas com biodefensivos, cerca de 12 mil hectares, com resultados excelentes, então o impacto é positivo, mantém o Brasil e o Piauí na vanguarda da utilização de tecnologias. O objetivo do empresário é banir os defensivos químicos de 85% da sua produção em três anos. Em cinco anos, por completo. Para isso, vai usar a área de pesquisa dentro da Insolo, que acompanha a aplicação de biodefensivo em diversas lavouras.

Geração de empregos
Com a chegada do grupo Insolo, há uma grande absorção de serviços, ou seja, a geração de muita contratação de serviços localmente, com um programa extensivo de treinamento da mão de obra, gerando um investimento considerável pra fazer o treinamento de todos os níveis de contratação no Piauí, o que acaba trazendo um benefício claro pro Sul do estado.

Empresário Ricardo Faria, o ‘Gigante Agro’

Sobre o investimento de R$ 1,8 bilhão
Reportagem da Exame trouxe informações de que o mundo do agronegócio tem um novíssimo grande empresário que está fazendo investimentos no Piauí. Em porte mesmo. O catarinense Ricardo Faria, que criou a companhia de grãos Terrus, assinou a compra da Insolo, por R$ 1,8 bilhão. Juntas, as companhias têm 120 mil hectares de área para produção. Ele assumiu a 5ª posição no ranking de maiores áreas de produção do país. Considerando tamanho, fica atrás da líder, SLC Agrícola, que com aquisição da Terra Santa, passa a ter o equivalente a 660 mil hectares e é seguida por Grupo Bom Futuro, Amaggi e Scheffer, nessa ordem.

O pagamento pelo ativo é praticamente todo em dinheiro, uma vez que a companhia adquirida não tem dívida significativa, conforme contou Faria em entrevista exclusiva ao EXAME IN. O nome da empresa combinada será apenas Insolo, que já carrega reconhecimento do mercado. “Vamos aproveitar a marca, que se consolidou ao longo dos últimos 20 anos.” A Terrus começou com fazendas no chamado Matopi, apelido atribuído ao conjunto de estados Maranhão, Tocantins e Piauí. E a Insolo tem unidades concentradas no Piauí.

A Insolo pertencia a um fundo cujos recursos são do endowment da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Junto com a empresa vem toda inteligência desenvolvida em biodefensivos naturais (fungos e bactérias), que são usados no lugar de defensivos agrícolas tradicionais para proteger o plantio. A Fazenda Ipê, em Baixa Grande do Ribeiro, no sul do Piauí, com 35 mil hectares, tem a maior área do país  integralmente usuária dessa solução biológica (12 mil hectares).

Decidido a entrar no setor de produção de grãos e preocupado com o preço da terra, Faria focou sua atenção para a região do Matopiba, na divisa entre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Para quem vê a tecnologia como aliada, a região, pelas terras planas e mais baratas, tornou-se um dos polos de produção do país a partir de ­mea­dos dos anos 1980. O Piauí, além de tudo, é considerado um local ideal para a produção de algodão, um dos cultivos que estão no radar de Faria.

E a Insolo era a oportunidade perfeita para os planos do empresário, pois a fazenda vem de um processo de modernização e pesquisa conduzido pela gestão de Harvard. O endowment, fundo patrimonial mantenedor de uma das mais famosas universidades do mundo, tem mais de 40 bilhões de dólares sob gestão e um patrimônio significativo no agronegócio, inclusive no Brasil. As propriedades usavam as mais avançadas tecnologias de cultivo. Quando a universidade decidiu se desfazer de alguns ativos, Faria surgiu como interessado — e ofereceu pagamento à vista.

Faria é um símbolo da renovação que está ocorrendo no setor de agronegócios, que passa por uma revolução fomentada pela explosão das agtechs no país e pelo surgimento de novos empresários. Há quem acredite que elas serão as “fintechs” do futuro, no sentido de atenção, atração de capital e efeito sobre o mercado. Tal mudança traz, ao mesmo tempo, maior produtividade, menos uso de defensivos e fertilizantes químicos e produtos com menor impacto ambiental e mais saudáveis.

O objetivo do empresário é banir os defensivos químicos de 85% da sua produção em três anos. Em cinco anos, por completo. Para isso, vai usar a área de pesquisa dentro da Insolo, que acompanha a aplicação de biodefensivo em diversas lavouras. Além disso, quer ampliar a adoção de fertilizantes orgânicos, no lugar dos químicos conhecidos — e polêmicos — para 40 mil hectares já na próxima safra e seguir crescendo.


Fonte: 180 Graus

VEJA TAMBÉM

plugins premium WordPress