Nesta quinta-feira (8) de outubro, é celebrado o Dia do Nordestino, contemplando a diversidade cultural e folclórica típica da região que engloba os estados da Paraíba, Maranhão, Alagoas, Sergipe, Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte e Piauí. Grande arcabouço de nomes e identidades nacionais, celebres nordestinos como Castro Alves, Bárbara de Alencar, Patativa do Assaré, Luiz Gonzaga, Jorge Amado e Padre Cícero figuram a diversidade étnica e cultural da região.
Origem
A criação desta data é uma homenagem ao centenário do poeta popular, compositor e cantor cearense Antônio Gonçalves da Silva, conhecido como Patativa do Assaré (1909 – 2002), natural do município caririense de Assaré.
O Dia do Nordestino foi oficializado com a lei nº 14.952, de 13 de julho de 2009, na cidade de São Paulo, região com a maior concentração de nordestino em todo o país (com exceção do próprio Nordeste, obviamente).
Terra de lutas
Com característica marcante da resistência e força, a população nordestina por muitas vezes é acometida por ataques xenofóbicos, principalmente após o resultado das últimas eleições presidenciais. Mundialmente conhecida por seu clima tropical e população que, gigante por natureza, a região enfrenta as dificuldades da vida sem perder o encantamento.
Os nordestinos, que vem historicamente resistindo a situações como seca, fome, abandono e tantas outras dificuldades, mas que consegue superar tais condições. Tais situações ressaltam o protagonismo da população nordestina diante das adversidades.
Essas características fortes são descritas na mais recente produção dos cineastas Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, onde o longa “Bacurau”, lançado no último mês de agosto, retrata bastante esta perspectiva.
Música
Rico em ritmos, o nordeste dança no compasso do frevo, maracatu, xaxado, axé, baião e do forró com suas deliciosas vertentes. Da região, saíram nomes como Raul Seixas , Chico Science, Gilberto Gil e Luiz Gonzaga, que são ícones da música brasileira, além de Alceu Valença, Tom Zé, Hebert Vianna, Dorival Caymmi, Djavan, Dominguinhos, Gal Costa, João Gilberto, Caetano Veloso, Maria Bethânia e Zé Ramalho.
Um dos marcos da cultura nordestina e precursor desta é o “Rei do Baião”, o cantor Luiz Gonzaga, natural de Exu, no Pernambuco. Suas letras e melodias refletem a realidade do povo nordestino e mostram toda a cultura e diversidade em uma musicalidade única e reconhecida até hoje.
Arte
As manifestações artísticas do Nordeste estão no artesanato, danças e músicas típicas, tornando-se parte da rotina do povo. É possível encontrar redes tecidas à mão, peças em argila, palha e madeira, itens com rendas, garrafas enfeitadas com areia colorida e diversos objetos que terminam impulsionando o setor turístico. Um ícone da cultura local é a carranca, uma escultura em forma humana ou animal encontrada em lojas de produtos artesanais.
Culinária
Com a presença marcante de temperos fortes e apimentados, a culinária local tem como pratos típicos que ganharam o coração, ou estômago, de pessoas de todo o mundo. Para se ter ideia, pode-se encontrar a referencia da tapioca na culinária alemã, por exemplo.
Outros itens conhecidos da culinária nordestina são moqueca, vatapá, buchada de bode, acarajé, sarapatel, sururu, carne de sol, macaxeira, cuscuz, canjica, pamonha e bolo de rolo. Se você nunca experimentou uma moqueca de camarão ou outros desses pratos, não sabe o que está perdendo.
Literatura
O Nordeste é o berço de Jorge Amado, Rachel de Queiroz, Nelson Rodrigues, Graciliano Ramos, Ferreira Gullar, Gonçalves Dias, José de Alencar, Manuel Bandeira e Ariano Suassuna entre outros. Daqui saíram os maiores nomes e obras do país.
Livros que abordam o sertão nordestino estão entre os mais lidos, como Vidas Secas (Graciliano Ramos), O Quinze (Rachel de Queiroz), Menino de Engenho (José Lins do Rêgo), Morte e Vida Severina (João Cabral de Melo Neto), Terras do Sem-Fim (Jorge Amado)
Arquitetura
Com várias heranças da arquitetura colonial, locais como o Centro Histórico de Olinda, em Pernambuco, e Centro Histórico de São Luís, no Maranhão, foram tombados como patrimônio mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Tais referências são fortes também no Ceará e no Cariri, onde cidades como o Sobral, Icó, Crato, Barbalha, Juazeiro do Norte e Missão Velha trazem em sua arquitetura a história de um processo histórico incrustado nas vivências de seu povo.
Independência
Há alguns anos, movimentos separatistas tentam designar como seria se a região Nordeste do país ganhasse total autonomia e fosse uma nova nação. O poeta e youtuber cearense Braulio Bessa, que ficou famoso após protagonizar seus versos em defesa a sua região, hoje é um dos cohosts do programa Encontro com Fátima Bernardes, na Rede Globo, onde fala muito sobre a região e suas peculiaridades. Em um de seus vídeos, publicado em 2014, ele reflete sobre a possibilidade de como seria se o Brasil fosse dividido e o Nordeste ficasse independente.
Felicidade
A felicidade do nordestino se destacou em uma pesquisa internacional. Entre 147 países estudados, o Brasil ficou em 16º lugar. Entre as cinco regiões, o Nordeste foi a de maior pontuação em uma escala de zero a dez – 7,8.
Os moradores do Sudeste são os que se consideram menos felizes – 6,68. O levantamento apontou também que quem ganha acima de dez salários mínimos se julga mais feliz (8,36) do que as pessoas que vivem com um salário mínimo (6,53).
Se o Nordeste fosse um país, estaria classificado na pesquisa em 9º no ranking global da felicidade, entre dois dos países mais desenvolvidos do mundo: a Finlândia e a Bélgica.
Países como o Butão, na região do Himalaia, costumam medir a vida de suas população não pelo Produto Interno Bruto (PIB), mas por um índice chamado Felicidade Interna Bruta (FIB).
Fonte: (as informações são do site BADALO)