Denúncia: Parque solar causa impactos ambientais e sociais em São Gonçalo do Gurguéia, diz Associação

Parque solar causa impactos ambientais e sociais em São Gonçalo do Gurguéia, diz Associação

A Associação Alto do Gurguéia, composta pelas localidades Lapa, Buritizinho e Buriti do Meio, em São Gonçalo do Gurguéia (PI), denunciam que a obra de um parque Solar está causando danos ambientais e sociais nessas comunidades. As informações são do Repórter Alessandro Guerra.

De acordo com eles, riachos, brejos e nascentes estão sendo destruídos e peixes estão sendo mortos. Os produtores da região estão há mais de 2 anos sem consegue desenvolver atividades agropecuárias, extrativista, e pesca de subsistência.

“Desde dezembro de 2018 o assoreamento ao Riacho da Lapa e Buritizinho, os produtores vem enfrentando várias dificuldades de desenvolvimento das atividades agropecuárias tanto pela falta de acesso, água potável, extrativismo, pesca e mudança na paisagem”.

Segundo a associação, os acessos a alguns imóveis foram totalmente interrompidos tanto para os animais como para as pessoas.

Em um documento encaminhado a este portal contendo diversas imagens, a Associação informa que barreiras não foram suficientes para conter os sedimentos, fato que fez com piorasse a situação. “Após a primeira tentativa sem sucesso foram feitas novas barreira, que não foram suficientes para conter os sedimentos agravando ainda mais a situação causando mais prejuízos aos proprietários que tem imóveis que não tem mais acesso”.

No documento a Associação pede que os órgãos competentes fiscalize o ocorrido e tome devidas providências, pois a população corre um grande risco de perder o afluente do Rio Gurguéia.

OUTRO LADO

Entramos em contato com a Enel Green Power gestora do parque Solar São Gonçalo, que nos enviou uma nota listando as medidas adotas em relação aos impactos ambientais e sociais causados pela obra. Veja a nota:

A Enel Green Power esclarece que, desde o início de 2020, após as fortes chuvas registradas na região do Parque Solar São Gonçalo e entorno, que causaram impactos no parque e em algumas áreas do entorno das obras, a companhia implementou todas as medidas necessárias para mitigar e reparar as suas consequências.

A companhia adotou, inicialmente, medidas emergenciais e, em seguida, realizou diversas ações para o mapeamento, planejamento e execução de iniciativas estruturais de mitigação e compensação de impactos, com o apoio de uma consultoria especializada e com a anuência do órgão ambiental estadual. Estas medidas incluíram o auxílio financeiro a moradores impactados, incremento do sistema de drenagem do parque e obras para a recuperação das áreas fora do canteiro de obras do parque.

No momento, a situação está sob gerenciamento adequado e a empresa já construiu 7 bacias adicionais de amortecimento das águas e ampliou 6 bacias existentes no sistema de drenagem para enfrentar as chuvas atípicas que atingem a região. Também estão em construção 5 barreiras de retenção de detritos para bloquear materiais e limpar o leito dos riachos na época seca com previsão de início de construção de mais duas, totalizando assim 7 barreiras.

As chuvas ocorridas em fevereiro deste ano tiveram uma intensidade 1,5 vezes maior do que as chuvas do mesmo período de 2020, sendo os impactos minimizados pelos sistemas de controle já implementados pela Enel. As atividades de limpeza dos materiais retidos pelas barreiras já se encontram em andamento. Cabe ressaltar também que a companhia monitora as chuvas e informa à prefeitura da cidade e à Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (SEMAR) sempre que ocorrem situações atípicas na região da usina.

O plano de ação da EGP é acompanhado pelas autoridades competentes e a empresa possui um compromisso firmado com a SEMAR, que consolida as orientações e instrumentaliza o acompanhamento das medidas adotadas.

A EGP mantém diálogo próximo e transparente e constante tanto com as autoridades quanto com os moradores. No decorrer deste trabalho, a companhia tem buscado empregar soluções que, além de reverter os impactos, também agreguem valor para as comunidades. A empresa construiu, por exemplo, 3 poços para captação de água, instalados nos povoados de Buritizinho, Boqueirão dos Macacos e Buriti do Meio, abastecidos por placas solares, e que já se encontram em operação desde dezembro de 2020, para assegurar às famílias da região o acesso contínuo e sustentável à água potável.

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