A Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi) confirmou, nesta quarta-feira (3), a circulação da nova variante da Covid-19, a linhagem XFG do SARS-CoV-2, no estado. Foram analisados 44 genomas de amostras coletadas entre janeiro e agosto de 2025, provenientes de Teresina, Altos, Parnaíba, São João do Piauí, Campo Maior e Morro Cabeça do Tempo.
Os exames foram realizados pelo Laboratório Central de Saúde Pública “Dr. Costa Alvarenga” (Lacen-PI), em parceria com o Laboratório de Vigilância Genômica e Biologia Molecular (LVGBM) da Fiocruz Piauí, a partir do monitoramento genômico de amostras clínicas positivas para a Covid-19.
A linhagem XFG já foi identificada em outros estados brasileiros, entre eles Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Rio de Janeiro, Goiás, Distrito Federal e Santa Catarina. No Piauí, que tem registrado aumento no número de casos de Covid-19 nas últimas semanas epidemiológicas, a confirmação ajuda a explicar o cenário atual.
O que se sabe sobre a XFG?
A XFG é uma linhagem recombinante, com mutações na proteína spike associadas a uma leve evasão da resposta imune, o que pode reduzir, em parte, a neutralização por anticorpos. No entanto, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até o momento não há evidências de que a variante provoque quadros clínicos mais graves ou comprometa significativamente a eficácia de vacinas e antivirais.
Por esse motivo, a OMS classificou a XFG como “variante sob monitoramento”, o que implica em atenção ampliada, mas sem necessidade de mudanças nas condutas clínicas ou de vacinação.
Vigilância reforçada
A Secretaria de Estado da Saúde informou que o Lacen-PI continuará realizando testagem diagnóstica e sequenciamento genômico de forma periódica, em parceria com a Fiocruz Piauí e as vigilâncias municipais. O objetivo é garantir a rápida identificação de alterações no padrão de circulação viral e subsidiar decisões de saúde pública no estado.
A vacinação é outra forma de combater a disseminação da doença. Para os grupos de maior risco de adoecimento, a vacina deve ser administrada a cada seis meses. Para aqueles que já foram vacinados em outros momentos, recomenda-se a vacinação anual.