Pacientes de Teresina denunciam que não estão conseguindo atendimento em hospitais particulares de Teresina pelo plano de saúde do Instituto da Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Estado (Iaspi – antigo Iapep).
Na manhã desta quinta-feira (28), o portal recebeu um vídeo da funcionária pública Aurideia Melo. Ela relata que a mãe Francisca das Chagas Pereira, de 78 anos, passou mal e precisou ser levada ao atendimento de urgência, mas as duas estiveram em três hospitais que se negaram a receber a idosa.
De acordo com a filha, os hospitais Santa Maria, Itacor e Hospital de Terapia Intensiva (HTI) Sul negaram atendimento. No vídeo registrado pela funcionária pública para denunciar o caso, ela conta que os hospitais informam não haver vagas, mas diz que, na verdade, o plano de saúde dos servidores públicos é rejeitado pelas instituições. Ela afirma que a mãe “descontou a vida toda para este plano de saúde” e agora que precisa não pode contar com ele.
Na manhã de quarta-feira (27), o aposentado Manoel Sousa também tentou uma consulta com um gastroenterologista pelo Iaspi e não conseguiu. Manoel afirma que, segundo as recepcionistas da clínica, o sistema do plano de saúde passou a manhã toda fora do ar. O aposentando desistiu e retornou para casa sem atendimento. Ele falou ainda que esta não é a primeira vez que passa pelo inconveniente.
Pagamento descontado na folha
Ao assistir a reportagem no Piauí TV 1 sobre a situação da servidora com a mãe, a telespectadora Flávia Nascimento em contato com o Portal ClubeNews relatou que na última terça-feira (26) acompanhava um paciente no HTI Sul quando presenciou as atendentes informando às pessoas que chegavam no local que o atendimento pelo IASPI estava suspenso.
“Eu levei uma pessoa que estava doente. Na hora, ela foi atendida. Mas, depois da troca de plantão, uma pessoa chegou até uma atendente e disse para informar que o sistema do Iaspi estava fora do ar, que não era para atender. Começou a chegar gente, mas só atendia outros planos”, disse a telespectadora.
Flávia conta que está revoltada com a situação, pois o Iaspi é descontado na folha de pagamento dos servidores. Para ela, os hospitais e as clínicas precisam acionar juridicamente o Governo do Estado, mas não deixar o servidor, que paga mensalmente pelo plano, sem o atendimento.
“O Iaspi é descontando em folha (de pagamento). Não existe atraso de pagamento pelo servidor. Agora, se o Governo do Estado não repassa o dinheiro aos hospitais, a direção desses locais precisa entrar por meios legais para receber esse dinheiro. Não pode mais é o servidor ficar prejudicado. Chegar, por exemplo, numa emergência e não ser atendido com risco de morrer”, desabafou.
Na noite do dia 20 de abril de 2022, a equipe de reportagem apurou que o atendimento pelo IASPI estava suspenso no Hospital Santa Maria.
Esclarecimento
Em nota de esclarecimento, o Iaspi informa que após entrar em contato com os hospitais foi confirmada a falta de vagas para internação pelo plano, “identificando que não houve de atendimento de urgência”. Os hospitais relataram ao Iaspi que estão trabalhando “no limite”. O instituto afirma ainda que cobra dos hospitais o atendimento sem restrições pelo tipo de convênio.
O Iaspi informa que está acompanhando os casos, como o de Francisca das Chagas, notificando hospitais e buscando a solução para ampliar o atendimento e o número de equipes. Confira a nota completa:
Nota Completa O Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Estado do Piauí (IASPI) verificou junto aos hospitais Santa Maria, HTI Sul e o caso da senhora Francisca das Chagas Pereira, 78 anos, identificando que não houve recusa de atendimento de urgência, mas foi informado à família que não havia vaga para internação. O IASPI está cobrando dos hospitais o atendimento seguindo as prioridades e ordem de chegada, sem restrições pelo tipo de convênio. Porém, os hospitais informam que estão trabalhando no limite. O HTI, inclusive, informa que está com 104 leitos de apartamento, 30 em UTI e abriu mais duas salas de observação, usando inclusive, o espaço destinado a endoscopia para atender pacientes de urgência. Os hospitais também passam por dificuldade abastecimento de soro fisiológico e estão adiando algumas cirurgias eletivas, como neurocirurgias, para liberar leitos para internação de casos de dengue, chikungunya e outras doenças que estão superlotando as unidades de saúde. O IASPI lamenta a situação, mas assegura que o tratamento de urgência não foi negado, o que não há é disponibilidade de vaga para internação, e o Instituto está acompanhando os casos, notificando os hospitais e buscando soluções para que eles possam ampliar o atendimento e numero de equipes. No caso específico da senhora Francisca das Chagas, estamos em contato com o hospital para saber se ela já foi atendida. A gestão do IASPI reitera, ainda, que não há falta de atendimento do plano IASPI, uma vez que o pagamento da rede está em dia, mas o alto número de casos está superlotando todos os hospitais que têm suas dificuldades em atender a demanda.
Fonte: Portal Clube News