Na noite desta segunda-feira (28), o plenário da Câmara de Vereadores de Bom Jesus, no sul do Piauí, ficou lotado com a presença de cerca de 100 moradores da localidade Barrocão, situada na zona rural do município, nas proximidades da Universidade Federal do Piauí (UFPI). O grupo compareceu munido de cartazes e palavras de ordem para cobrar do Legislativo municipal a regularização fundiária da região.
A principal demanda apresentada pelos moradores é a ampliação do perímetro urbano de Bom Jesus, de forma a incluir a localidade Barrocão, que já abriga mais de 250 moradores e vem registrando crescimento constante nos últimos anos. Atualmente, a área permanece fora dos limites urbanos oficiais do município, o que impede os residentes de terem acesso à infraestrutura básica, regularização dos imóveis, financiamentos habitacionais e investimentos públicos e privados.
Representando os moradores, Josivaldo Ribeiro de Sousa, membro da Associação dos Moradores do Barrocão, utilizou a tribuna para relatar a situação enfrentada pelas famílias. “Viemos com respeito e bom senso de cidadania apresentar demandas de grande urgência para nossa região. A localidade já é ocupada há mais de 12 anos por muitos moradores, e alguns estão ali há mais de 20 anos. Mesmo assim, continuamos sem acesso aos serviços públicos essenciais e enfrentando riscos jurídicos por não termos documentação legal das nossas propriedades”, destacou.
Josivaldo também alertou sobre rumores de um possível leilão da área por um valor simbólico, o que, segundo ele, ameaça diretamente a permanência das famílias que há décadas vivem no local. “Temos residências firmadas, plantações caseiras, criação de animais como aves, suínos, caprinos e até bovinos. Somos pequenos produtores e agricultores familiares que contribuem para a economia local”, pontuou.
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O presidente da associação reforçou o apelo por uma solução imediata. “Pedimos sensibilidade desta augusta Casa e também da gestão do prefeito Nestor Elvas para que não desamparem essas famílias. Por falta de regulamentação, vivemos sem acesso à iluminação pública adequada — com a maioria das instalações feitas de forma improvisada — o que representa riscos à segurança da população. Estamos abertos ao diálogo e à colaboração com os setores competentes para construir uma cidade mais justa e inclusiva”, concluiu.
A presidente em exercício da Câmara, vereadora Nisete da Costa, que substitui o presidente Clécio Batista, afastado por motivos de saúde, declarou apoio às reivindicações dos moradores. Em sua fala, afirmou que o Legislativo está de acordo com as solicitações apresentadas e se comprometeu a cobrar providências das autoridades responsáveis. Os demais parlamentares presentes também manifestaram, de forma unânime, apoio à causa dos moradores do Barrocão.