Uma chuva atingiu, na tarde desta terça-feira (7), os municípios de Júlio Borges e Parnaguá, trazendo alívio às equipes que combatem os incêndios que devastam o extremo Sul do Piauí há uma semana. As precipitações ajudaram a reduzir as chamas e permitiram o avanço das brigadas na linha de frente.
A estimativa é que cerca de dez pessoas tenham ficado feridas durante os incêndios, além de inúmeros animais mortos e danos ainda incalculáveis à fauna e à flora da região.
O coordenador de Instrução e Prevenção aos Incêndios Florestais da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Shandallyê Araújo, informou que a chuva durou cerca de duas horas, entre 15h30 e 17h30.
“Melhorou muito com a chuva que caiu ontem. Foi um período razoável, de cerca de duas horas, o que ajudou bastante no avanço das equipes de brigadistas”, explicou o coordenador.
Desde a última semana, o fogo atinge áreas dos municípios de Parnaguá, Júlio Borges e Curimatá. O prejuízo ambiental ainda será calculado pela Defesa Civil do Piauí. Em Júlio Borges, o último boletim aponta que a brigada municipal segue monitorando focos na comunidade Veredão. Já em Curimatá e Parnaguá, o combate recebeu reforço de 22 brigadistas de Alvorada, e a situação está parcialmente controlada.
“Os municípios precisam aderir à política de brigadas. Não dá para depender apenas dos bombeiros. Ter brigadas locais ajuda muito nesse tipo de combate. Basta solicitar à Secretaria do Meio Ambiente, que atua em parceria com os bombeiros. Precisamos avançar com isso no Piauí”, destacou Shandallyê Araújo.
Autor dos incêndios é identificado
De acordo com o coordenador, o autor do incêndio já foi identificado. Um agricultor teria iniciado o fogo e perdido o controle das chamas, que se espalharam rapidamente.
No Piauí, uma portaria da Semarh proíbe o uso do fogo em qualquer forma entre 15 de agosto e 15 de outubro de 2025, como medida preventiva para evitar queimadas e proteger a biodiversidade e a saúde da população.
“A informação é de que o agricultor perdeu o controle do fogo, que se espalhou para outras áreas. Ele já foi identificado e deve ser notificado, pois causou um grande dano ambiental. O problema piorou porque outros agricultores tentaram usar o contra-fogo, o que acabou gerando novos focos de incêndio. Reforçamos que isso não deve ser feito”, alertou o coordenador.
Situação em Morro Cabeça no Tempo e Canto do Buriti
Em Morro Cabeça no Tempo, o incêndio — que já dura mais de dez dias — teve início no território baiano e se espalhou até o Piauí. Segundo o coronel Egídio, a situação na cidade está parcialmente controlada.
“O fogo começou há cerca de 10 dias, na Bahia, e se alastrou para Morro Cabeça no Tempo. Há uma equipe extra na cidade e o incêndio será extinto em breve”, afirmou.
Já em Canto do Buriti, a Semarh informou nesta quarta-feira (8) sobre um novo foco próximo às linhas de distribuição de energia. Equipes do Corpo de Bombeiros e brigadistas locais atuam para conter o fogo ainda em estágio inicial.