As notificações de acidentes de trabalho graves no Piauí quase dobraram em relação a 2022, totalizando 3.368 casos em 2024. Os dados são do Observatório de Saúde e Segurança no Trabalho e revelam que as consequências desses acidentes impactam não apenas a vida das vítimas, mas também a economia.
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Nesta segunda-feira (28) é celebrado o Dia Internacional em Memória às Vítimas de Acidentes de Trabalho, e os dados da plataforma Smartlab apontam um cenário preocupante no Piauí. De acordo com a plataforma, só no ano passado foram registradas 1.100 concessões de auxílio-doença por acidente de trabalho no estado. As cidades com mais registros são Picos e Teresina, com 1.091 e 1.068 casos, respectivamente.
Em entrevista à TV Clube, Bruno Dantas, acolhedor da Associação Brasileira de Combate aos Acidentes de Trabalho (Abraci), explicou que são considerados acidentes de trabalho todas as situações que provocam lesões físicas ou mentais ao trabalhador, incluindo aquelas ocorridas no trajeto entre a residência e o local de trabalho. A Abraci atua no apoio às famílias das vítimas, oferecendo assistência em diversas frentes.
“Nós somos acolhedores de famílias. A gente chega até esses trabalhadores para prestar aquele primeiro apoio. A gente presta uma ajuda psicológica, é um momento de cuidar da cabeça e do coração delas, prestamos uma ajuda financeira também e, caso precisem, um auxílio jurídico’”, pontuou.
MPT-PI
Segundo o Ministério Público do Trabalho no Piauí (MPT-PI), os índices de acidentes de trabalho no estado têm aumentado nos últimos três anos. Em 2022, foram registrados 1.932 casos; em 2023, o número subiu para 2.487; e, em 2024, o Piauí contabilizou 3.368 ocorrências.
Os dados podem ser ainda maiores devido à subnotificação. Além disso, a plataforma Smartlab considera apenas os acidentes envolvendo trabalhadores com vínculo formal.
“Infelizmente, ainda temos muita subnotificação de acidentes de trabalho. Temos chamado a atenção para a importância da notificação, porque é a partir desses dados que as políticas públicas são propostas, para que se saiba onde, por que e em quais atividades os acidentes estão ocorrendo”, destacou a procuradora do Trabalho, Maria Elena Rego.
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