Com o estoque reduzido e sem ter como aplicar o teste da dengue em todos os casos suspeitos no Piauí, os médicos alertam que o diagnóstico inconclusivo pode prejudicar o tratamento e agravar os sintomas da doença.
Em Teresina, pacientes afirmam que recebem o diagnóstico apenas clínico, sem passar pelo exame específico, com base nos sintomas relatados aos médicos. Alguns, chegam a fazer apenas o exame de sangue que aponta o número de plaquetas.
O professor Sthênio Sousa conta que foi até uma unidade de saúde após a suspeita de dengue. Segundo o professor, a médica que o atendeu fez apenas um questionário sobre seu quadro de saúde e concluiu que “provavelmente seria dengue”. Como estava com dores, Sthênio confessa não pediu por nenhum exame e aceitou a prescrição do tratamento.
Desde o pico de casos da doença no Brasil, os exames necessários para diagnosticar a dengue não estão sendo realizados em larga escala por falta do material necessário no Laboratório Central de Saúde Pública do Piauí (Lacen).
Médico infectologista, Kelson Veras, reforça que o diagnóstico com exames é fundamental logo nos primeiros dias de sintomas. “Com sete dias de dengue, ou você já está praticamente curado ou você está em uma forma grave. Aí não vamos mais ter um benefício em saber se era dengue ou não”.
O médico infectologista, Carlos Henrique Nery Costa, reafirma a relevância da confirmação em testes. A dengue e a chikungunya têm sintomas muito parecidos e, por isso, a definição correta da doença é necessária para definir o melhor tratamento. Além disso, o diagnóstico possibilita ao Estado números oficiais dos casos que alertam as autoridades para políticas públicas necessárias.
A Secretaria Estadual de Saúde do Piauí (Sesapi) informa que a rede hospitalar nacional continua sofrendo com falta de insumos. Com isso, o Ministério da Saúde continua com a recomendação de realizar teste apenas em casos de gestantes, pessoas que estão com casos graves e também em mortes por doenças com os sintomas semelhantes ao da dengue.
A Sesapi também informa que o Lacen tenta dar prioridade sempre que possível aos casos de pessoas internadas com sintomas leves das doenças no Piauí, além dos pacientes de municípios com poucas notificações ou em situação de emergência.
Fonte: Portal Clube News
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